Na última sexta – 01/09 um ato público, ocorrido numa praça que fica na Avenida Custódio Silva, região central de Ponte Nova/MG, lembrou a morte trágica de 25 presos, na cadeia pública, em 2007. Eles morreram queimados, sem qualquer chance de defesa. O evento foi organizado pelas três paróquias da cidade: São Pedro, São Sebastião e Santíssima Trindade e fez parte da 1ª Semana Social de Ponte Nova. Entre os convidados para o ato público, estava o padre Geraldo Barbosa, coordenador Diocesano da Pastoral Carcerária.
Entre as reflexões propostas pelo ato, o pároco chama a atenção para uma questão que ele considera como primordial, quando questiona: “o sistema carcerário serve a quem”? Na visão do pároco, “serve às elites e aos detentores do poder. Precisamos repensar esse modelo que temos, hoje. Ele não recupera e ainda causa mortes”, relata o padre. Como protesto, 25 cruzes, com nomes dos 25 presos, foram pregadas na praça onde permaneceram durante todo o dia. A mãe de um dos presos mortos, que pediu para não ser identificada, esteve presente ao ato que, neste ano, completou uma década. Após a morte dos 25 presos, o Governo do Estado de Minas Gerais construiu, na cidade, o Complexo Penitenciário.
O CRIME
Conforme o processo, o crime aconteceu no dia 23 de agosto de 2007, na cadeia pública, onde os réus simularam uma rebelião, utilizando armas de fogo, facas e lâminas, com o objetivo de assassinar os presos de uma gangue rival que estavam em outra cela. Logo depois, eles atearam fogo no local.
Segundo o inquérito, a rebelião foi motivada pela rivalidade entre três grupos de criminosos que estavam detidos na cadeia pública.
O crime teve repercussão nacional e a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas foi à cidade para apurar os fatos, sendo desativada aquela unidade prisional, com a construção de um complexo penitenciário em Ponte Nova.
Após analisar as provas, o juiz considerou que na instrução processual restaram evidenciados a materialidade e indícios suficientes da autoria delitiva dos réus e pronunciou 24 denunciados, uma vez que, um deles morreu no decorrer do processo. Alguns pronunciados vão responder também, por conexão, pelos crimes de tráfico de drogas e formação de quadrilha.
FONTE: ESTADO DE MINAS – VIA SIGA NOTÍCIAS
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