sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

PONTE NOVA - ANTES DA ELEIÇÃO, A COPLACAN ANULA NOVO CONTRATO DE ALUGUEL COM O POUPY

Crédito da imagem: Folha de Ponte Nova 


Na assembleia de 16/02, convocada pelo Conselho Fiscal da Cooperativa Regional Mista dos Plantadores de cana - Coplacan, foi anulado o novo vínculo de aluguel com Supermercados Poupy. Na Justiça, contestou-se a eleição desta quinta – 22/02.

No final da tarde, a juíza Narlla Carolina Moura Braga Coutinho, da 1ª Vara Cível da Comarca de Ponte Nova, decidiu suspender o processo eleitoral ao acatar requerimento de cautela tutelar antecedente por parte do Conselho Fiscal da Coplacan. Estavam na disputa duas chapas encabeçadas por José Maria Leal (candidato à reeleição) e Romeu Pereira Campos.

Os conselheiros reivindicam a suspensão do pleito, apontando a convocação dos associados há 27 dias (e não 30, como prevê o Estatuto da entidade).

No procedimento de cautela tutelar antecedente enviado à 1ª Vara Cível, Renato Campos (procurador jurídico do Conselho Fiscal da Cooperativa) mencionou que "o novo contrato de aluguel é extremamente lesivo", tendo valor defasado em cerca de 50% em relação ao mercado. Para ele, o processo eleitoral "a toque de caixa" é tentativa de "eleger novos diretores que não sejam dissonantes em relação à negociata explícita" com o Poupy.

Grave polêmica

Na assembleia extra de 16/02, os filiados votaram – por maioria – pela anulação do citado contrato de aluguel (passando de R$ 35 mil para R$ 50 mil por mês).

Alegou-se, entre outras coisas, que o novo vínculo – sem conhecimento do Conselho Fiscal – favoreceria interesses do Poupy e tem assinatura, pela Coplacan, do presidente José Maria e do diretor-gerente, Itamar Pinto Coelho (e não do diretor-tesoureiro, Gentil Sampaio Neto).

Conselho denuncia

A denúncia partiu do Conselho Fiscal da entidade, representado por Ramon Aparecido Brandão Sampaio, alegando o seguinte: apesar de estar em plena vigência o contrato, datado de março/2016, válido até junho-2031 e sem reajuste há dois anos, foi substituído por outro, desde 01-12-2023, com alterações supostamente irregulares, com vigência até 2038.

Parte das acusações

José Maria Leal ouviu considerações sobre a expansão da área do Poupy – inclusive no estacionamento – limitando o acesso de cooperados, de pessoal da Emater (onde fica o escritório) e da Prefeitura, a qual utiliza o galpão dos produtores para feiras livres e distribuição de itens adquiridos da agricultura familiar para composição da merenda escolar.

No andar térreo na rua Santo Antônio, 101, o depósito/comércio de fertilizantes será liberado para o Poupy, que cuidará de cômodo e rampa de acesso para veículos. São previstos ainda mais dois cômodos na lateral do galpão do produtor.

Ramon Brandão levantou a hipóteses de que o reajuste de apenas R$15 mil no novo contrato – sem estudo imobiliário e de engenharia de revisão dos espaços – ocultaria "caixa 2" na Cooperativa.

Versão de José Maria

José Maria negou a intenção de promover irregularidades, mas admitiu existência de "caixa 2" e informalidades em algumas providências – inclusive na obra de novos cômodos -, bem como a fala de estudos para respaldar o valor do novo contrato.

"O negócio embanana tanto que a gente não consegue fazer as coisa como deveria fazer, as coisas não acontecem, tem muita coisa ali que eu quero fazer que ainda não consigo", disse ele a certa altura para revelar: a entidade "corre risco" de ser condenada em R$ 300 mil num processo não detalhado.

FONTE: Folha de Ponte Nova

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