segunda-feira, 21 de abril de 2025

PAPA FRANCISCO: OS PROBLEMAS DE SAÚDE E AS COMPLICAÇÕES QUE LEVARAM À MORTE DO LÍDER CATÓLICO

Papa tem se tratado de uma bronquite

O papa Francisco morreu nesta segunda-feira (21) aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local. O pontífice ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos. Ele foi mais velho a liderar a Igreja Católica em 700 anos. Desde o ano passado, no entanto, o declínio de sua saúde vinha sendo uma preocupação.
A internação mais recente foi causada por uma infecção polimicrobiana das vias respiratórias, que é uma evolução da bronquite da qual ele tentava se recuperar. No dia 18 de fevereiro, foi diagnosticada uma pneumomia bilateral.
  • Francisco ficou internado por 38 dias com um quadro de bronquite - ele teve alta no dia 23 de março. A primeira hospitalização foi no início de fevereiro. Nos dias seguintes, o papa começou a ter dificuldades para discursar durante audiências religiosas. Ele admitiu publicamente que estava com dificuldades respiratórias e chegou a pedir para um auxiliar fazer a leitura do sermão.
Francisco tinha 76 anos quando se tornou papa, em 2013. Na década de 1950, Jorge Mario Bergoglio (seu nome original) teve uma grave infecção respiratória e perdeu parte de um dos pulmões.
Essa situação é um fator que trouxe complicações, com a idade avançada. Nos últimos anos, o papa vinha enfrentando problemas de saúde. Ele passou por cirurgias no abdômen e no cólon e passou a usar muletas ou cadeira de rodas, devido a dores nos joelhos e à perda de força nas pernas.
Apesar das complicações, o pontífice descartou deixar o posto. Antes dele, Bento XVI renunciou à liderança da Igreja Católica alegando que sua saúde estava mais vulnerável e rompeu com uma tradição de permanência na liderança da igreja até a morte.
Veja abaixo o histórico de saúde do papa Francisco:
Remoção de parte de um dos pulmões
1957: ainda na Argentina, Francisco, então com pouco mais de 20 anos, sofre de uma grave infecção respiratória que obriga os médicos a removerem parte de um de seus pulmões.
Estreitamente do intestino grosso
4 a 14 de julho de 2021: Francisco passa 10 dias no hospital Gemelli, em Roma, devido ao que o Vaticano diz ser um estreitamento do intestino grosso. Os médicos removem 33 centímetros (13 polegadas) de seu cólon. Francisco sai do hospital, dizendo que pode comer o que quiser, mas lamentando que não tenha respondido bem à anestesia geral.
Osteoartrite
5 de maio de 2022: o pontífice aparece pela primeira vez de cadeira de rodas em público e o Vaticano anuncia que ele tem osteoartrite. A doença é degenerativa e se caracteriza pelo desgaste da cartilagem das articulações e por alterações nos ossos. Desde então, o papa vem fazendo aparições públicas de cadeira de rodas e bengala.
A volta da diverticulite
24 de janeiro de 2023: Francisco afirma que a diverticulite, ou saliências na parede intestinal, que haviam levado à cirurgia em 2021, voltaram, mas estão sob controle.
29 de março a 1º de abril de 2023: Francisco passa três dias no Gemelli com uma infecção respiratória, após sentir uma dor aguda no peito e ter dificuldade para respirar. Os médicos diagnosticam uma bronquite aguda e o tratam com antibióticos intravenosos.
Internação sem explicação
6 de junho de 2023: Francisco passa por exames médicos não especificados no Gemelli e retorna ao Vaticano.
Cirurgia abdominal
7 de junho de 2023: O Vaticano informa que Francisco passou por uma cirurgia abdominal de três horas sob anestesia geral e que não houve complicações. Espera-se que ele permaneça no Gemelli por vários dias.
Bronquite infecciosa
30 de março de 2023: o pontífice é internado em Roma, na Itália, depois de reclamar de dificuldades respiratórias e é tratado com antibióticos.
30 de dezembro de 2023: ainda no mesmo ano, o papa Francisco tem um novo quadro de bronquite. Com isso, cancela compromissos, como a ida à COP 28, que aconteceu em Dubai.
Quedas
7 de dezembro de 2024: o papa aparece em um evento com um hematoma no queixo e alega que caiu e bateu o rosto em uma mesa de cabeceira.
16 de janeiro de 2025: o Vaticano anuncia que Francisco caiu e machucou o antebraço direito. Segundo o comunicado, ele não chegou a ter uma fratura, mas precisaria ficar com o braço imobilizado.
Infecção polimicrobiana respiratória
6 de fevereiro: a Igreja anuncia que o papa está, novamente, com um quadro de bronquite e que faria as audiências de sua casa.
14 de fevereiro: o papa é internado depois de um quadro febril, ainda com bronquite. Naquele dia, o Vaticano informa que seu quadro é "regular".
17 de fevereiro: o Vaticano informa que o quadro evoluiu para uma infecção polimicrobiana respiratória e que a situação de saúde é "complexa".
18 de fevereiro: o papa é diagnosticado com uma pneumomia bilateral.
22 de fevereiro: papa tem uma crise respiratória asmática prolongada e seu estado de saúde piora; pela primeira vez, médicos dizem que quadro é crítico
23 de fevereiro: ainda em estado crítico, o papa Francisco sofreu de insuficiência renal leve. O boletim do dia informou também que ele não sofria mais de crise respiratória.
28 de fevereiro: pela manhã, o papa saiu do 'estado crítico'. À tarde teve uma crise isolada de broncoespasmo que causou um episódio de vômito com inalação e um rápido agravamento do quadro respiratório. Ele foi prontamente submetido a broncoaspiração e iniciou uma ventilação mecânica não invasiva.
3 de março: o papa teve dois episódios de insuficiência respiratória aguda, causada por acúmulo significativo de muco endobrônquico e, consequente, broncoespasmo. Foram realizadas duas broncoscopias com necessidade de aspiração de secreções abundantes. À tarde, foi retomada a ventilação mecânica não invasiva.
7 de março: O papa Francisco completou três semanas internado e o Vaticano informou que ele "permanecia estável dentro de um quadro complexo".
10 de março: uma fonte da Santa Sé afirmou que o pontífice não se encontrava mais em perigo iminente. No entanto, ainda não havia previsão de alta. A retirada da reserva sobre o prognóstico indicou que Francisco estava em condição estável e que sua recuperação apresentava tendência de melhora.
12 de março: radiografias mostraram uma evolução positiva no quadro. O Papa continuava recebendo oxigênio de alto fluxo de dia e máscara mecânica não invasiva durante o sono noturno.
19 de março: saúde do papa melhorou e médicos suspenderam a ventilação mecânica não invasiva.
21 de março: após cinco semanas de pneumonia dupla, o cardeal Víctor Manuel Fernández informou que o Francisco precisava 'reaprender a falar' após terapia prolongada com oxigênio de alto fluxo.
23 de março: Francisco deixou o hospital após 38 dias internado. A equipe médica afirmou que ele estava completamente curado da pneumonia dupla, mas ainda com a voz afetada e que alguns vírus permaneciam em seu pulmão.
Fonte: G1

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